quarta-feira, 28 de abril de 2010

À noite

A noite é um mistério.
Vejo tudo preto, me desligo,
Mas nessa hora tudo muda em mim.

Eu acordo mais viva (ou não);
Eu acordo passiva (ou não);
Eu simplesmente: acordo.

A noite é um mistério,
De sonhos inconscientes.
Eles me perturbam tanto que nem eu sei.
Eu não os vejo, mas estão lá.

Eu durmo, mas não durmo.
Eu acordo meio morta, meio viva.
Eu vivo do que está preso em minha mente.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Outro nó



Eu queria acreditar no que você me diz,
Arrancar toda essa dor do meu coração,
E por mais uma vez ser feliz.

Mas algo está gritando aqui dentro,
Pedindo para não ser esquecido.
A cicatriz dói junto com esse novo nó.
Tudo que é passado, na verdade estava só adormecido.

Prove que tudo será diferente,
Seja diferente.
Seja tudo que deveria ter sido,
E seja melhor.

Eu preciso sair da minha mente,
Ela me julga, me prende.
Mostra-me que eu não errei,
Nem agora, nem nunca.

A dor me maltrata, me ferre.
Até quando tudo isso será assim?
Até quando tudo vai doer tão fundo?

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Fases



Sou feito de fases, de atos, de dores, de amores.
Sou mutável, mutante, mudado.
Sou o gelo, sou fogo.

Sou aquilo que não queria ser,
Doentio, febril, gelado.
Sou o azul do fogo que queima intensamente,
Quanto mais frio, mais quente.

Sou a chama forte, louca, e intensa
Que arde com furor.
Sou o que queima com o vento
Quanto mais quente, mais frio.

Sou a dor em pessoa,
Sou mutável, mutante, mudado.
Sou o amor.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Um dia para se lembrar



Tudo foi como um sonho de primavera,
Sua boca estava quente e seus olhos em chama.
Eu me entregava enquanto o coração ardia.

Tudo estava nítido, eu com o coração partido;
Precisando crer, precisando ver.
Estava consumida pelo um momento espontâneo de alegria,
Eu ria e sorria.

Tudo tinha prazo:
O tempo das estrelas brilharem e me encantarem.
Enquanto o sol não nascesse,
Você estaria lá.

Encontro-me num labirinto,
Enquanto me perco em seus lábios.
No fim do túnel há luz.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Mais 5 em vão



De todos os olhos que olhei,
Sempre acredite.
Estava errada, erroneamente enganada.

Hoje a ferida está exposta,
Como um tumor que cresce com o tempo:
E os minutos são horas, dias, semanas, meses pra mim.
Estou doente, febril, condenada.

Nas palavras que você diz, já não posso acreditar.
Estou aqui, mas estou aí.
Um espécie em extinção,
Morta pelas suas balas, pelas suas armas.

Não há remédios que possam me curar.
Há apenas a faísca do que poderia ter sido,
Mas o fogo tem deixado de queimar.