segunda-feira, 21 de junho de 2010

Suicídio

É engraçado como a vida tem começo, meio e fim. Não adianta pular uma fase, não adianta ignorar o que acontece, não adianta tentar esquecer, não ver, tentar não crer.
Fatos são relatos históricos com o quais podemos nos vangloriar, ou não! São marcos impregnados na pele, no corpo, no sangue. Estão ali para te fazer lembrar que não existem tantos motivos para sonhar. Estão entalhados para não te deixar esquecer que a realidade é dura e imperfeita.
Dores que penetram no peito, tão fundo no poço que os olhos não conseguem ver... o caminho se torna difícil, torvado, malvado, cheio de galhos e espinhos. Quando olhamos para nós mesmos, estamos ali tomados pelo sangue que encharca nosso corpo, e ninguém entende a sua dor.
Queria apanhar, ser surrada, espancada. Queria ver feridas aparentes, daquelas que você trata e consegue ver a epiderme se recompor. Se for para sofrer, queria sofrer por fora. Queria tocar cada rasgo do meu corpo, queria algo palpável e mensurável.
A dor que se sente por dentro é atormentante e avassaladora. É com um câncer que destrói cada órgão vital, é como veneno no sangue que se espalha em segundos. Ela minimiza cada instante de felicidade, te faz sentir a incerteza, te tira o rumo, te faz perder.
Essa dor maldita te corrompe, te devasta, te extingui.
É um suicídio. Porque você se mata, sem querer, de dentro para fora.

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